quarta-feira, 30 de março de 2011

Procusto



Na velha e boa mitologia grega, havia um personagem muito cruel que se chamava Procusto. Já ouviu falar desse nome horrível? Procusto era um malfeitor que morava numa floresta. Ele tinha mandado fazer uma cama que tinha exatamente as medidas de seu próprio corpo, nenhum milímetro a mais, nenhum milímetro a menos. Quando capturava uma pessoa na estrada, Procusto amarrava-a naquela cama. Se a pessoa fosse maior que a cama, ele simplesmente cortava fora o que sobrava. Se fosse menor, ele a esticava e espichava até ela caber naquela medida. Simpático ele, não?
Procusto foi morto pelo heroi Teseu, o mesmo que depois matou o minotauro.
É fácil decifrar a simbologia desse mito. Procusto representa a intolerância diante do outro, do diferente, do desconhecido. Representa a visão de mundo totalitária daquele sujeito que quer moldar todos os demais seres humanos à sua própria imagem e semelhança. É a recusa da multiplicidade, da diversidade, da criatividade, da originalidade: "Quem não se conforma ao meu tamanho não pode andar solto por aí, a menos que vá jogando fora tudo o que eu não tenh até caber na minha medida, aou a menos que se espiche e se estique até ter o mesmo que eu e ser igual a mim."

(Marcos Bagno - Pesquisa na Escola)

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